Foto: Rafael Menezes (Diário)
Na manhã desta terça-feira (19), a Justiça Estadual de Santa Maria realizou a primeira audiência do réu Elson Dias Gonçalves, acusado por homicídio triplamente qualificado pela morte de Felipe de Moraes Rita, no dia 24 de abril deste ano. O juiz responsável pelo caso, Ulysses Louzada, ouviu testemunhas de acusação. O réu não foi ouvido nesta terça.
Enquanto isso, vestindo camisetas brancas com a frase "Justiça por Felipe", amigos e familiares realizaram uma vigília em frente ao Fórum, na Alameda Buenos Aires, no Bairro Dores. Gustavo Carlosso, primo de Felipe, relata o que a família deseja com isso:
– A gente espera que a justiça seja feita o mais rápido possível. Com as imagens captadas, que flagram o momento do crime, o Elson deveria ter sido preso. Ele mentiu ao alegar legítima defesa, ele quis matar o Felipe.
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Gustavo relata que na manhã posterior ao crime, esteve na delegacia e foi avisado que o acusado iria se entregar, sem a necessidade de uma prisão.
– A polícia sabia onde ele estava e não prendeu. Isso foi uma falha enorme.
Além disso, o primo revelou que Ariane, ex-companheira de Felipe, estaria "sendo arrogante, desdenhando o sofrimentos dos familiares e até de sua filha que deu a luz recentemente". Ela saiu escoltada do Fórum.
– Ela não fez nada ao ver o Felipe no chão, não prestou socorro algum. Isso chocou a todos nós. Ela alegou uma tentativa de feminicídio que não existiu – conclui Gustavo.
Relembre o caso
Felipe De Moraes Rita foi morto com golpes de faca por volta das 2h30min da madrugada de 24 de abril, na casa da ex-companheira. Eles haviam terminado o relacionamento há cerca de 20 dias, mas segundo familiares, seguiam tendo contato. Elson Dias Gonçalves estava na casa dela quando Felipe chegou ao local e os dois entraram em luta corporal.
Felipe foi morto com pelo menos oito facadas no pátio da casa. Após o crime, Gonçalves fugiu e se apresentou à polícia no dia seguinte. A Brigada Militar foi chamada, isolou o local e acionou a Polícia Civil.
O suspeito se apresentou na Delegacia de Polícia e Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) acompanhado do advogado Christiano Pretto e alegou legítima defesa. A polícia concluiu o inquérito e indiciou Elson Dias Gonçalves, 31 anos, por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e dificuldade de defesa da vítima.
O que diz a defesa
O advogado Christiano Pretto, que defende Elson Gonçalves, diz que nova audiência será marcada para ouvir as testemunhas de defesa e, ao final, colher o depoimento do réu.
– A defesa sai satisfeita dessa audiência, pois foram esclarecidos alguns pontos muito importantes que haviam ficado em dúvida no processo. O réu está bem ansioso para poder prestar seu depoimento e fazer os devidos esclarecimentos à Justiça – afirma Pretto.
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